terça-feira, 15 de outubro de 2024

29º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO B

29º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO B                                                                                   LEITURA PARA 20.10.2024                                                                                                                         TEMA: OS DISCÍPULOS DO SENHOR E A VIDA EM MISSÃO

O amor, a misericórdia, a acolhida e o serviço aos nossos irmãos, nos capacitam a assumir a missão evangelizadora. Deus nos chama a caminhar com Ele, pelas periferias da vida, pela Galileia das Nações, pelas encruzilhadas em busca das ovelhas que foram perdendo o rumo, foram perdendo o caminho em decorrência dos maus pastores e dos maus governantes, que se tornaram cegos diante de propostas individualistas e destruidoras da paz, da justiça e da comunhão. Se tornaram servos da ganância e da comodidade.

1ª LEITURA – ISAÍAS 53,10-11

Aprouve ao Senhor esmagar o seu Servo pelo sofrimento. Mas, se oferecer a sua vida como vítima de expiação, terá uma descendência duradoura, viverá longos dias, e a obra do Senhor prosperará em suas mãos. Terminados os sofrimentos, verá a luz e ficará saciado. Pela sua sabedoria, o Justo, meu Servo, justificará a muitos e tomará sobre si as suas iniquidades. Irmãos e irmãs, o servo sofredor, teve que enfrentar a humilhação e a dor, mas manteve-se fiel e firme em sua missão. Entregou sua vida no serviço do Senhor. Na sua caminhada teve que vencer a ameaça do fracasso, teve que vencer as maldições para trazer as bençãos, teve que vencer a negação da vida para trazer a libertação e a certeza de que a vida se torna vencedora, diante de tantos projetos de morte. Eis ai a nossa missão.

2ª LEITURA – HEBREUS 4,14-16

Tendo nós um sumo sacerdote que penetrou os Céus, Jesus, Filho de Deus, permaneçamos firmes na profissão da nossa fé. Na verdade, nós não temos um sumo sacerdote incapaz de se compadecer das nossas fraquezas. Pelo contrário, Ele mesmo foi provado em tudo, à nossa semelhança, exceto no pecado. Vamos, portanto, cheios de confiança ao trono da graça, a fim de alcançarmos misericórdia e obtermos a graça de um auxílio oportuno. Irmãos e irmãs, Jesus é o sumo-sacerdote, cheio de amor e misericórdia. Ele entregou a sua vida em sacrifício, como resgate de nossa vida. Ele volta ao Pai como o nosso defensor. Ele a misericórdia sobre nós e nos redimiu dos pecados. Somos chamados a abraçar a Cruz, abraçar a evangelização, abraçar o projeto de amor e misericórdia, para trazer aos nossos irmãos, a graça redentora. Somos chamados a nos despojarmos do egoísmo, da acomodação e da indiferença. Somos chamados a ir ao encontro das dores e fragilidades, das situações de fome e de miséria, das situações de abandono e de morte. Somos chamados a ser presença solidária, a ser presença que abraça e acolhe, a ser presença que partilha e que gera a comunhão.

EVANGELHO – MARCOS 10,35-45

Os discípulos Tiago e João, filhos de Zebedeu, perguntam: mestre, concede-nos que, na tua glória, nos sentemos um à tua direita e outro à tua esquerda. Vós não sabeis o que pedis. Podeis beber o cálice que Eu vou beber e receber o batismo com que Eu vou ser batizado? Eles responderam-Lhe: Podemos. Então Jesus disse-lhes: Bebereis o cálice que Eu vou beber e sereis batizados com o batismo com que Eu vou ser batizado. Mas sentar-se à minha direita ou à minha esquerda não pertence a mim concedê-lo. Sabeis que os chefes das nações exercem domínio sobre elas e os grandes fazem sentir sobre elas o seu poder. Mas entre vós, não deve ser assim. Quem quiser ser grande, seja o servo de todos e quem quiser ser o primeiro, seja escravo de todos, porque o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida pela redenção de todos. Irmãos e irmãs, no diálogo de Jesus com dois de seus discípulos, nos é revelado que no Reino de Deus o maior é aquele que serve, o maior é aquele que se faz misericórdia, o maior é aquele que se faz partilha, o maior é aquele que se faz comunhão, o maior é aquele que assume o chamado e não foge das consequências da cruz. Para a comunidade judaica, o pensamento de que o Messias viria para implantar o poder em Jerusalém, era comum. Certamente os dois discípulos estavam pensando: Jesus entrando em Jerusalém com esta grande multidão, vai ser fácil tomar o poder e vamos procurar garantir logo o nosso lugar no poder. Jesus faz um grande alerta: cuidado, pois o meu Reino não segue a lógica dos que governam as nações. Eles afirmam a sua autoridade absoluta, dominando pela força e submetendo os povos. Eles exigem honras, privilégios e títulos. Eles se promovem à custa da exploração e exercem um poder que escraviza e mata. Os discípulos não conseguem entender e ficam muito assustados, pois pela terceira vez, Jesus vai descrevendo o que vai acontecer com Ele em Jerusalém: será entregue aos sumos sacerdotes e aos doutores da Lei. Eles vão entregá-lo aos gentios e será escarnecido, será abusado e que vão cuspir sobre Ele, vão açoitá-lo e matá-lo numa cruz, como se fosse um criminoso. Revela ainda que três dias depois, ressuscitará. Portando, diante destes esclarecimentos e destas condições, fica muito claro que a nossa missão, é de assumir a evangelização como serviço à comunidade e aos irmãos. Jesus nos revela que no Reino de Deus, o maior é aquele que serve, o maior é aquele que se faz misericórdia, o maior é aquele que se faz partilha, o maior é aquele que se faz comunhão, o maior é aquele que assume o chamado e não foge das consequências da cruz. Somos enviados a evangelizar nas periferias da vida. Enviados a evangelizar nas regiões onde se encontram os rejeitados, os descartados pelos poderes constituídos, os abandonados pelos pastores que se vestiram de lobos, para se colocarem a serviço de sistemas que geram morte e destruição. A nossa missão é de revelar Jesus Cristo, que dá a vida para que tenhamos vida.

Gaspar Moreira 20.10.2024

 

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