sábado, 23 de junho de 2012

NO ALTAR DA MORTE


NO ALTAR DA MORTE
                        
No altar da morte
Leiloam-se bois
Arrecadam-se fortunas
Contratam comissários da morte
Que por um punhado de dinheiro
Vão derramar sangue de lavradores

No altar da morte
Regados a cerveja
Brindam com balas assassinas
Que brincam com vidas negadas
A terra é acumulada
Nas mãos dos senhores da morte

No altar da morte
Cristo é de novo crucificado
Marias são feitas viúvas
Filhos tornados orfãos
Gerando uma nova raça
Dos que vão engrossar fileiras
Daqueles que não tem pão

No altar da morte
A terra é proibida
Pra quem na terra trabalha
Mas quando encontra a terra
Em sete palmos medida
Lá também já tem seus donos
Que arrancam a última esperança
De quem lutou tanto em vida
Mas que em sua última viagem
Descobre mais uma vez
Que mesmo no cemitério
A terra foi dividida.

No altar da morte
Exploradores da vida
Celebram e fartam-se
Com o sangue de suas vítimas.

Gaspar Moreira 23 de junho de 2012


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