02º DOMINGO DA QUARESMA – ANO C LEITURA PARA 16.03.25 TEMA: ESTE É O MEU FILHO, O MEU ELEITO: ESCUTAI-O
Deus revela a Abrão que acreditou e não perdeu a confiança no Senhor, o que lhe foi atribuído em conta de justiça. Paulo orienta a comunidade dos Filipenses: sede meus imitadores e procedem segundo o modelo que tendes em nós. Porque há muitos, que procedem como inimigos da cruz de Cristo. O fim deles é a perdição. Jesus tomou consigo Pedro, João e Tiago e subiu ao monte, para orar. Ali, transfigurou diante e eles receberam a revelação de Deus Pai, que Cristo é o Senhor.
1ª LEITURA – GÊNESIS 15,5-12.17-18
Deus levou Abrão para fora e disse-lhe: Olha para o céu e conta as estrelas, se as puderes contar. Assim será a tua descendência. Abrão acreditou no Senhor, o que lhe foi atribuído em conta de justiça. Eu sou o Senhor que te mandou sair de Ur dos caldeus, para te dar a posse desta terra. O Senhor disse: Toma uma vitela de três anos, uma cabra de três anos e um carneiro de três anos, uma rola e um pombinho. Abrão foi buscar todos esses animais, cortou-os ao meio e pôs cada metade em frente da outra metade; mas não cortou as aves. Ao pôr do sol, Abrão tomado de um sono profundo, foi assaltado de um grande e escuro terror. Quando o sol desapareceu e caíram as trevas, um brasido fumegante e um archote de fogo passou entre os animais cortados. Nesse dia, o Senhor fez com Abrão uma aliança, dizendo: Aos teus descendentes darei esta terra, desde o rio do Egito até ao grande Rio Eufrates. Irmãos e irmãs, a dor de Abrão, era de não ter um descendente e possivelmente, toda a sua herança, ficaria para um escravo, mas Deus o convida a sair da tenda e diz: olha para o céu e conta as estrelas, se as puderes contar. Assim será a tua descendência e de darei a posse da terra. Abrão acreditou e não perdeu a confiança no Senhor, o que lhe foi atribuído em conta de justiça. Em seguida, Abrão apresenta oferendas e celebra a aliança, o amor e a certeza de que Deus esta com ele. Aqui somos chamados ao diálogo com Deus, a escutar o que Ele nos diz e a fazer a vontade do Pai.
2ª LEITURA – FILIPENSES 3,17-4,1
Sede meus imitadores e procedem segundo o modelo que tendes em nós. Porque há muitos, que procedem como inimigos da cruz de Cristo. O fim deles é a perdição: têm por deus o ventre, orgulham-se da sua vergonha e só apreciam as coisas terrenas. Mas a nossa pátria está nos Céus, donde esperamos, como Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo miserável, para o tornar semelhante ao seu corpo glorioso. Portanto, permanecei firmes no Senhor. Irmãos e irmãs, Deus não nos escolhe para sermos a uma vivência de práticas externas e de gestos vazios. Não nos chama para sermos a casa do egoísmo e da ganância, da violência e da negação da vida. Os verdadeiros cristãos, são aqueles que trilham os caminhos de Jesus, aqueles que vão se tornando acolhida e comunhão, cura e misericórdia, vida de comunidade e comunhão.
EVANGELHO – LUCAS 9,28B-36
Jesus tomou consigo Pedro, João e Tiago e subiu ao monte, para orar. Enquanto orava, alterou-se o aspecto do seu rosto e as suas vestes ficaram de uma brancura refulgente. Dois homens falavam com Ele: eram Moisés e Elias, que, tendo aparecido em glória, falavam da morte de Jesus, que ia consumar-se em Jerusalém. Pedro e os companheiros estavam a cair de sono; mas, despertando, viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com Ele. Quando estes se iam afastando, Pedro disse a Jesus: Mestre, como é bom estarmos aqui! Façamos três tendas: uma para Ti, outra para Moisés e outra para Elias. Enquanto assim falava, veio uma nuvem que os cobriu com a sua sombra e eles ficaram cheios de medo, ao entrarem na nuvem. Da nuvem saiu uma voz, que dizia: Este é o meu Filho, o meu Eleito: escutai-o. Quando a voz se fez ouvir, Jesus ficou sozinho. Os discípulos guardaram silêncio e, naqueles dias, a ninguém contaram nada do que tinham visto. Irmãos e irmãs, por toda a Galileia, Jesus anunciou a salvação aos pobres, proclamou a libertação aos cativos, fez os cegos recobrar a vista, mandou em liberdade os oprimidos, proclamou o tempo da graça do Senhor. Os discípulos eram as Testemunhas das palavras e dos gestos libertadores de Jesus e descobriram que Jesus é a realização da promessa, o Messias de Deus. Antes da Transfiguração, Jesus já buscava conscientizar os discípulos, de que o Filho do Homem teria que sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e pelos doutores da Lei, seria morto mas, ao terceiro dia, ressuscitaria. Como entender o caminho que Jesus revelava e que passaria pelo sofrimento e pela morte? Eles esperavam um messias guerreiro e libertador de seu povo, contra o poder imperial de Roma. Como entender o pedido de Jesus de que negassem a si mesmos, tomassem a cruz e o seguissem no caminho do dom da vida até à morte, no mesmo caminho da Cruz? No meio de todas estas dúvidas, Jesus chama Pedro, Tiago e para subir com Ele ao monte, para rezar. São muitos os elementos e os sinais, que os discípulos vão testemunhar: o monte, as aparições, as vestes de brancura refulgente, a nuvem, a voz que vem do céu e mesmo o medo daqueles que presenciam o encontro com o divino. O monte, é o lugar da revelação. No monte, Deus revelou a Moisés. No monte, a transfiguração, onde Deus revela quem é Jesus Cristo. É também o lugar das aparições divinas. É também o lugar mais perto de Deus, na concepção do Antigo Testamento. A transfiguração, lembra o resplendor de Moisés diante de Deus, ao receber as Tábuas da Lei. A coe branca, é a cor da pureza e portanto é a cor de Deus e revela que estamos em ambiente sagrado, em ambiente divino. A aparição de Moisés e Elias, representa a Lei e os Profetas, revelando ser o Cristo, o Senhor. Os discípulos dormem, ou seja, não entendem o que está acontecendo, ainda estão na força e no poder da noite. É preciso acordar e descer da montanha. Descer e abraçar a realidade da Lei e dos profetas. Descer e abraçar a construção do Reino de Deus. Descer e assumir os passos de Jesus no meio do povo pobre, esquecido, abandonado e faminto. Descer e enfrentar as forças contrárias ao projeto de Deus. É preciso que trabalhemos a defesa da vida. É preciso expulsar os demônios do ódio e da ganância. É preciso de acolher e partilhar, para que todos possam participar do Banquete do Pai. Do meio da Nuvem, Deus pai nos revela: esse é meu Filho amado, escutai o que Ele diz. E Jesus nos revela que para alcançar a salvação, é preciso caminhar para os irmãos que sofrem as várias formas de exclusão. Ele diz: tudo que fizeres aos mais necessitados, é a mim que estarão fazendo.
Gaspar Moreira 16.03.25
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