08º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO C LEITURA PARA 02.03.2025 TEMA: CONSTRUIR CAMINHOS QUE NOS CONDUZAM A DEUS
Somos chamados a passar a nossa vida e as nossas decisões, pelo crivo da verdade, pelo crivo da justiça, pelo crivo da misericórdia e pelo crivo que nos conduz à verdadeira paz. A nossa caminhada nesta vida, é de construir os caminhos que nos conduzem a Deus, construir caminhos de Ressurreição. Para que cheguemos e possamos alcançar esta meta, não podemos nos tornar cegos guiando cegos, mas precisamos encontrar o caminho a verdade e a vida que é Jesus, mas este encontro se torna possível, quando descobrimos Cristo na vida de nossos irmãos e irmãs.
1ª LEITURA – ECLESIÁSTICO 27,4-7
Quando agitamos o crivo, só ficam impurezas: assim os defeitos do homem aparecem nas suas palavras. O forno prova os vasos do oleiro e o homem é posto à prova pelos seus pensamentos. O fruto da árvore manifesta a qualidade do campo: assim as palavras do homem revelam os seus sentimentos. Não elogies ninguém antes de ele falar, porque é assim que se experimentam os homens. Irmãos e irmãs, antes de fazer um julgamento de seu irmão ou irmã, é preciso aprofundar a sua visão e o seu entendimento, para não ser precipitado ou injusto: 1ª imagem é a do crivo. Os palestinos usavam o crivo para separar os grãos das palhas e das folhas. Assim também, deixe a pessoa se expor, se apresentar. Depois no dia a dia, você verá, se as palavras dela são veradeiras ou não. 2ª imagem é a do forno. O forno, com as suas altas temperaturas, põe à prova a qualidade das vasilhas de barro e no dia a dia, as palavras do homem manifestam a qualidade dos seus pensamentos. 3ª imagem é a da árvore. As árvores boas produzem bons frutos e as árvores más produzem frutos ruins, assim também as coisas que o homem diz revelam claramente o que lhe vai no coração. As pessoas podem fingir, enganar, disfarçar, encenar determinados tipos de comportamento, mas a palavra revela-o e põe a nu, os seus sentimentos mais profundos.
2ª LEITURA – 1 CORÍNTIOS 15, 54-58
Irmãos: Quando este nosso corpo corruptível se tornar incorruptível e este nosso corpo mortal se tornar imortal, então se realizará a palavra da Escritura: A morte foi absorvida na vitória. Ó morte, onde está a tua vitória? Ó morte, onde está o teu aguilhão? O aguilhão da morte é o pecado e a força do pecado é a Lei. Demos graças a Deus, que nos dá a vitória por Nosso Senhor Jesus Cristo. Assim, permanecei firmes e inabaláveis, cada vez mais diligentes na obra do Senhor, sabendo que o vosso esforço não é inútil no Senhor. Irmãos e irmãs, Corinto era um centro religioso onde todos os cultos e religiões estavam representados. O culto principal girava à volta de Afrodite, deusa do amor, que tinha um grande santuário na Acrópole da cidade. Quando Paulo apresenta a questão da ressurreição dos mortos, gerou um grande debate, pois as filosofias dualistas viam no corpo uma realidade negativa e na alma uma realidade ideal e nobre. Aceitavam a redenção da alma, mas tinham dificuldade em admitir que o corpo, realidade material, carnal e sensual, pudesse seguir a alma na sua ascensão ao mundo de Deus. Paulo afirma que num abrir e fechar de olhos, ao som da trombeta final, seremos transformados. O nosso corpo corruptível será transformado em ser incorruptível.
EVANGELHO – LUCAS 6, 39-45
Naquele tempo, disse Jesus aos discípulos a seguinte parábola: Poderá um cego guiar outro cego? Não cairão os dois em alguma cova? O discípulo não é superior ao mestre, mas todo o discípulo perfeito deverá ser como o seu mestre. Porque vês o argueiro que o teu irmão tem na vista e não reparas na trave que está na tua? Como podes dizer a teu irmão: Irmão, deixa-me tirar o argueiro que tens na vista, se tu não vês a trave que está na tua? Hipócrita, tira primeiro a trave da tua vista e então verás bem para tirar o argueiro da vista do teu irmão. Não há árvore boa que dê mau fruto, nem árvore má que dê bom fruto. Cada árvore conhece-se pelo seu fruto: não se colhem figos dos espinheiros, nem se apanham uvas das sarças. O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem: e o homem mau, da sua maldade tira o mal, pois a boca fala do que transborda do coração. Irmãos e irmãs, neste Evangelho, Jesus se direge especialmente aos discípulos, revelando-lhes a conduta de todos aqueles que querem fazer parte da comunidade do Reino de Deus. Aqui temos a continuidade do Sermão da Planície. É uma contínuidade do Sermão das Bem Aventuranças e também das maldições. Aqui, todos são advertidos, no sentido de não se deixar seduzir pelas propostas das falsas doutrinas, que estavam aparecendo e ameaçando a fé cristã. Cuidado, pode um cego guiar outro cego? Os fariseus e doutores da lei, queriam impor sua líderança do Povo de Deus, mas ensinavam uma religião legalista, de gestos, de rituais vazios e estéreis. Eles afastavam as pessoas do convívio da fé, eles impunham mais condenações que acolhida e o perdão e terminavam impedindo que se aproximassem de Deus. Como posso tirar um cisco no olho de meu irmão, se no meu olho tem uma trave que me impede de ver? O chamado, é para que primeiro, eu abrace a missão dada por Nosso Senhor Jesus Cristo. É preciso que eu tenha clareza do chamado que Deus faz. É preciso que eu, esteja disposto a viver a misericórdia, o perdão e a partilha. É preciso que eu esteja disposto a viver como comunidade que acolha o próximo. É preciso que eu esteja pronto para assumir o serviço de evangelizar e anunciar, por todos as regiões onde a fé foi negada. É preciso que eu seja uma igreja a caminho e uma igreja que leva a caminhar. Como poderia evangelizar, se não busco conhecer e vivenciar o Evangelho e assumir o chamado? Não posso ser Cristão sem me preparar, sem buscar conhecimento, sem buscar vida de oração e sem saber discernir o que vem de Deus do que não vem. Não posso ser como uma folha ao vento. A fé cristã, não é imposição autoritária, não é uma fé de instransigência. A fé Crista é acolhida, é partilha, é comunhão e é uma caminhada de perdão e de misericórdia. Jesus revela que temos que ser como boas arvorés, que dão bons frutos. O cristão, não foi chamado para produzir frutos ruins. Somos chamados a produzir frutos que gerem união, fraternidade, partilha, amor, reconciliação, perdão dos pecados e vida nova.
Gaspar Moreira 02.03.2025
Nenhum comentário:
Postar um comentário