05.º DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO C LEITURA PARA 09.02.2025 TEMA: EIS-ME AQUI, ENVIA-ME SENHOR
Eis-me
aqui: podes enviar-me. Somos chamados a
ser testemunhas da vida nova que brota de Jesus e da sua proposta. No barco de
Simão Pedro, simbolizando toda a igreja, Jesus está a ensinar todos aqueles que
se dispõem a escutar. Farei de vós, pescadores de homens. Deus nos chama a
trabalhar com Jesus na libertação de todos os homens e mulheres afogados no
sofrimento sem sentido, afogados na exploração gananciosa, imposta por uns poucos
senhores, que vivem da acumulação e que são saciados, ao sugarem o sangue, o
suor e a vida de tantas famílias trabalhadoras.
1ª LEITURA – ISAÍAS
6,1-2A.3-8
No
ano em que morreu Ozias, rei de Judá, vi o Senhor, sentado num trono alto e
sublime. A fímbria do seu manto enchia o templo. À sua volta estavam serafins
de pé,
que tinham seis asas cada um e clamavam: Santo, santo, santo é o Senhor do
Universo. A sua glória enche toda a terra! Com estes brados as portas,
oscilavam nos seus gonzos e o templo enchia-se de fumo. Então exclamei: Ai de
mim, que estou perdido, porque sou um homem de lábios impuros, moro no meio de
um povo de lábios impuros e os meus olhos viram o Rei, Senhor do Universo. Um
dos serafins voou ao meu encontro, tendo na mão um carvão ardente que tirara do
altar com uma tenaz. Tocou-me com ele na boca e disse-me: Isto tocou os teus
lábios, desapareceu o teu pecado, foi perdoada a tua culpa. Então o Senhor, que
dizia: Quem enviarei? Quem irá por nós? Respondi: Eis-me aqui, envia-me Senhor.
Irmãos e irmãs,
Quatro passos necessários para abraçar a missão: 1-Reconhecer a santidade de
Deus, que está sentado no trono. 2-Ter consciência de que somos frágeis e
pecadores. 3-Que precisamos da misericórdia de Deus. Ele purifica nossos lábios
pela brasa. 4- Abraçarmos a missão, com a certeza na esperança da salvação que
vem de Deus. Em sua missão, Isaias dirige
seus ataques, aos grupos dominantes: autoridades, juízes,
latifundiários, políticos. Em sua missão, Isaias defende com paixão os
oprimidos, os órfãos, as viúvas, o povo explorado e os desencaminhados pelos
governantes. O profeta vive o anúncio e a denúncia.
2ª LEITURA – 1
CORÍNTIOS 15,1-11
O
Evangelho que vos anunciei e que recebestes, no qual permaneceis e pelo qual
sereis salvos, se o conservais como eu vos anunciei. Aliás, se agirdes de
modo diferente, teríeis abraçado a fé em vão. Transmiti-vos em primeiro lugar o
que eu mesmo recebi: Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras,
foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras, e apareceu
a Pedro e depois aos Doze. Em seguida apareceu a mais de quinhentos irmãos de
uma só vez, dos quais a maior parte ainda vive, enquanto alguns já faleceram. Posteriormente
apareceu a Tiago e depois a todos os Apóstolos. Em último lugar, apareceu-me
também a mim, como o abortivo e o menor dos Apóstolos e não sou digno de ser
chamado Apóstolo, por ter perseguido a Igreja de Deus. Irmãos e irmãs,
os cristãos de Corinto, tinha dificuldade em crer na ressurreição. A cultura
grega, na filosofia de Platão, via o corpo como realidade negativa e a alma
como realidade ideal e nobre. Como aceitar que o corpo, sendo uma realidade material, carnal, sensual, que
aprisionava a alma e a impedia de subir ao mundo ideal, pudesse ressuscitar?
Assim, Paulo nos convida a agir conforme os ensinamentos de Cristo e não os
ensinamentos da filosofia grega.
EVANGELHO – Lucas
5,1-11
Naquele
tempo, estava a multidão aglomerada em volta de Jesus, para ouvir a palavra de
Deus. Ele encontrava-se na margem do lago de Genesaré e viu dois barcos
estacionados no lago. Os pescadores tinham deixado os barcos e estavam a lavar
as redes. Jesus subiu para um barco, que era de Simão, e pediu-lhe que se
afastasse um pouco da terra. Depois sentou-se e do barco pôs-se a ensinar a
multidão. Quando acabou de falar, disse a Simão: Faz-te ao largo e lançai as
redes para a pesca.
Respondeu-lhe Simão: Mestre, trabalhamos a noite e não pescamos nada. Mas, já que
ordenais, lançarei as redes. Assim fizeram e apanharam tão grande quantidade de
peixes que as redes começavam a romper-se. Fizeram sinal aos companheiros que
estavam no outro barco para que viessem ajudar, eles vieram e encheram ambos os
barcos de tal modo que quase se afundavam. Ao ver o sucedido, Simão Pedro lançou-se
aos pés de Jesus e disse-lhe: Senhor, afasta-te de mim, que sou um homem
pecador. Irmãos e irmãs, Uma grande multidão acompanha Jesus pelo Lago de
Genesaré. A multidão representa, todos aqueles que foram abandonados e
esquecidos pelo poder religioso. Viviam como ovelhas sem pastor. Viviam em
situação de miséria e de fome. Viviam esquecidos não só pelo poder religioso,
mas também esquecidos, explorados e perseguidos pelo poder político. Mas uma
vez, aparece a barca, que nos conduz para uma nova Aliança com Deus. No
Dilúvio, vem a nova criação, vem a nova Aliança, vem a salvação do povo de
Deus. Na tempestade acalmada, vem a grande missão da igreja, de enfrentar as
ondas revoltas, de enfrentar as tempestades, de enfrentar os poderes que
rejeitam o projeto de Deus. Agora, na barca da pesca milagrosa, as redes trazem
para a missão da igreja, as 153 nações conhecidas naquele tempo. Foi preciso
unir as forças das barcas, para arrastar tantos peixes. É preciso unir as
forças das igrejas, que são enviadas, para caminhar com as multidões, e assim,
poder resgatar as ovelhas da casa de Israel. Não podemos negar a nossa vocação.
Não podemos negar o chamado e o envio que o Senhor faz. Precisamos ir firmes no
cumprimento da missão e lançar as redes do poder e da misericórdia, da graça e
do perdão, da acolhida e da comunhão. Precisamos lançar as redes, que vencem o
poder e as forças contrárias ao anúncio da Boa Nova.
Gaspar
Moreira 09.02.2025
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