segunda-feira, 2 de setembro de 2024

23º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO B

23º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO B                                                                                                LEITURA PARA 08.09.2024                                                                                                                                    TEMA: ELE FAZ OS SURDOS OUVIREM E FAZ OS MUDOS FALAREM

Deus abraça a vida de seus filhos e filhas e caminha com o seu povo pelo deserto, saindo do Egito e da Babilônia, para não deixar seus filhos caírem no desânimo. Deus está do lado dos exilados, desanimados, desiludidos e sem esperança. O nosso Deus é salvação. Ele é caminho e vida nova, para os desesperançados. Deus, é aquele que devolve a vida e a dignidade ao coxo, ao cego, ao mudo e tantos outros que foram jogados nas periferias da vida.

1ª LEITURA – ISAÍAS 35,4-7A

Dizei aos corações perturbados: Tende coragem, não temais. Aí está o vosso Deus. Ele vem para fazer justiça e dar a recompensa. Ele próprio vem salvar-nos. Então se abrirão os olhos dos cegos e se desimpedirão os ouvidos dos surdos. As águas brotarão no deserto e as torrentes na aridez da planície. A terra seca transformará em lago e a terra árida em nascentes de água. Irmãos e irmãs, o nosso Deus, não abandona os seus filhos e filhas e nem aceita, que seu povo seja dominado pelas forças que escravizam e matam. Precisamos ser fieis e trilhar os caminhos do Senhor. Os outros caminhos levam ao desastre e à perdição. O nosso Deus é vida em abundância e a nossa missão é de trabalhar contra todas as forças que alimentam a morte e a destruição. Somos uma igreja em saída. Não podemos ser uma igreja acomodada. Somos uma igreja em contínua missão.

2ª LEITURA – TIAGO 2,1-5

Meus irmãos: A fé em Nosso Senhor Jesus Cristo não deve admitir acepção de pessoas. Pode acontecer que na vossa assembleia entre um homem bem vestido e com anéis de ouro e entre também um pobre e mal vestido. Ao bem vestido dizeis: senta-te aqui em bom lugar, e ao pobre: tu, fica aí de pé, ou senta-te aí, abaixo do estrado dos meus pés. Irmãos e irmãs, abraçar a fé em Jesus Cristo, é abraçar as causas dos irmãos que foram rejeitados pela sociedade e pelas práticas religiosas que afastam pessoas pela aparência, pela condição social ou pelas leis que vão criando, para poder controlar pela ideologia do puro e do impuro. Em Deus não existe lugar para a discriminação, não existe lugar para a acepção de pessoas, não existe lugar para a condenação, por que o nosso Deus é vida e é salvação, o nosso Deus é acolhida e é comunhão, o nosso Deus é paz, justiça e a certeza de vida eterna. Jesus sentou à mesa com pecadores, tocou no leproso, conversou com a Samaritana, andou por terras da Galileia que era considerada, terra de impuros. Jesus acolheu, perdoou, teve compaixão, dividiu o pão com os desclassificados, amaldiçoados e condenados. Jesus, foi em busca das ovelhas perdidas da casa de Israel. Esta, é também a nossa missão.

EVANGELHO – MARCOS 7,31-37

Naquele tempo, Jesus deixou de novo a região de Tiro e, passando por Sidônia, veio para o mar da Galileia, atravessando o território da Decápole. Trouxeram a Jesus um surdo que mal podia falar e suplicaram que impusesse as mãos sobre ele. Jesus, afastando-Se com ele da multidão, meteu-lhe os dedos nos ouvidos e com saliva tocou-lhe a língua. Depois, erguendo os olhos ao Céu, suspirou e disse-lhe: Effathá, que quer dizer Abre-te. Imediatamente se abriram os ouvidos do homem, soltou a prisão da língua e começou a falar corretamente. Irmãos e irmãs, Jesus enfrentando a resistência dos fariseus e doutores da lei, abandona o território judeu e vai fazer as pregações em território pagão. O Reino de Deus, vai se tornando visível ao curar a filha de uma mulher pagã da região da Fenícia e território da Decápole. No Evangelho de hoje, Jesus vai curar um surdo que mal podia falar. Tanto a filha da mulher pagã, como também aquele surdo, segundo a teologia oficial do judeus, não podiam contar com a salvação de Deus, ou seja, já estavam condenados. Estas regiões, eram consideradas pagãs, pelas autoridades religiosas dos judeus. Desta forma, Jesus abraça toda a realidade de negação da vida e de pertença a Deus, pela qual o povo passava por imposição dos judeus. Jesus ia sendo visto e renegado como sendo mais um pagão. Para o povo que andava nas trevas, um grande luz aparece, e ação salvadora de Deus vai se espalhando e o povo começa a se levantar de suas situações de abandono e de morte na qual foram jogados pelos poderes políticos e religiosos. No Evangelho de hoje, o surdo é uma representação de todos que não tinham mais capacidades ou eram impedidos de manifestar a sua fé, a sua vivência social e as relações humanas. Representavam também, todos que eram rejeitados e afastados da vivência e da escuta da Palavra, pois eram impedidos de entrar no Templo. No mundo de hoje, cresce o número daqueles que preferem ficar surdos aos clamores sociais e que preferem ficar surdos aos clamores dos irmãos. Crescem também o número daqueles que preferem ficar mudos diante das realidades de injustiças, de abusos e de escravidão. É importante perceber que quem faz o surdo sair do seu fechamento, é a ação da comunidade, que ainda busca e acredita na mudança e na libertação. É preciso que cada um de nós, sejamos a força que move e que tira as pessoas de sua estagnação. A nossa missão é de levar a Boa Nova às pessoas e de levar as pessoas ao encontro de sua vida e identidade missionária e cristã. Precisamos ser a presença de Jesus, que tira as pessoas do comodismo. A oração de Jesus, o toque dos dedos nos ouvidos do surdo, a saliva tocada na língua, o afastamento da multidão, o erguer os olhos ao céu, e ordem de abrir os ouvidas e a língua, dada por Cristo, completa o ato criador de Deus, gerando naquele homem uma nova pessoa. O surdo, passou a ouvir e a proclamar a grandeza do amor do poder de Deus. Começa a revelar, que Deus não faz acepção das pessoas. Começa a revelar que Deus começou a realização das promessas e que o mal não tem poder, e vai se levantando e proclamando que Deus caminha com o seu povo, que Deus é libertação, que Deus é presença que cura e que nos salva das garras da morte. Aqui temos a revelação de que precisamos aprender cada dia mais a escutar as pessoas, a escutar os clamores dos que sofrem, a escutar os que lutam e buscam alcançar o direito e a justiça. Aqui precisamos aprender que Deus também ao libertar da mudez, nos ensina que precisamos nos tornar anunciadores da Boa Nova e nos tornar sempre mais, uma igreja em saída.

Gaspar Moreira 08.09.2024

 

 

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