segunda-feira, 18 de março de 2024

DOMINGO DE RAMOS - 6º DOMINGO DA QUARESMA - ANO B

 6º DOMINGO DA QUARESMA - ANO B - DOMINGO DE RAMOS               LEITURA PARA 24.03.2024                                                                       TEMA: CHAMADOS A ASSUMIR A CRUZ REDENTORA

Neste Domingo de Ramos, celebramos a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, com o seu povo, o seu rebanho, as ovelhas abandonadas pelo poder religioso. Todo este povo, também celebram junto com Jesus, o triunfo da misericórdia e do amor, da acolhida e da comunhão. Eles vem proclamando bem alto para que os poderes da ganância e da exploração possam escutar: Hosana o Filho de Davi, que se faz servo do Poder e da Graça de Deus. Ele se faz servo da benção que cura, servo do amor que acolhe, servo da vida que liberta das garras da morte.

                                                                                                                             LEITURA – ISAÍAS 50, 4-7

O Senhor deu-me a graça de falar como um discípulo, para que eu saiba dizer uma palavra de alento aos que andam abatidos. Todas as manhãs Ele desperta os meus ouvidos, para eu escutar, como escutam os discípulos. O Senhor Deus abriu-me os ouvidos e eu não resisti nem recuei um passo. Apresentei as costas àqueles que me batiam e a face aos que me arrancavam a barba; não desviei o meu rosto dos que me insultavam e cuspiam. Mas o Senhor Deus veio em meu auxílio, e, por isso, não fiquei envergonhado; tornei o meu rosto duro como pedra, e sei que não ficarei desiludido. Irmãos e irmãs, nesta leitura nos é revelado a força da Palavra que Deus deposita em seus servos e servas. O Senhor nos concede a Graça de falar como discípulo. Mas, é preciso que nos coloquemos na posição de escuta e na posição de discípulo e na posição de fidelidade dos que abraçam a missão. Não devemos fugir e nem desviar da missão.

                                                                                                                             LEITURA – FILIPENSES 2, 6-11

Cristo Jesus, que era de condição divina, assumiu a condição de servo, tornou-se semelhante aos homens. Abraçou a humilhação da Cruz,  sendo fiel ao Pai até à morte e morte de cruz. Deus o exaltou e lhe deu um nome que está acima de todos os nomes, para que ao nome de Jesus todos se ajoelhem no céu, na terra e nos abismos, e toda a língua proclame que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai. Irmãos e irmãs, O Senhor Jesus, ao descer ao encontro dos homens, viveu a vida dos homens e sofreu uma morte atroz por amor aos homens. Ele veio e nos revelou o caminho que conduz à Vida. O caminho de Jesus, passa pela vida de todos aqueles que eram vistos como pecadores e pagãos. Ele vem nos ensinar a trabalhar o resgate da vida e reunir o rebanho do Senhor. Nossa missão, é de sermos misericórdia, vida e comunhão e de não abandonarmos o povo do Senhor.

                                                                                                                              EVANGELHO – Marcos 14, 1 – 15,47

Faltavam dois dias para a festa da Páscoa e dos Ázimos e os príncipes dos sacerdotes e os escribas procuravam uma maneira de prenderem Jesus, para condenarem a morte, mas tinham medo, da reação da multidão, pois era período da festa. Judas Iscariotes, um dos Doze, foi ter com os príncipes dos sacerdotes para lhes entregar Jesus. Quando o ouviram, alegraram-se e prometeram dar-lhe dinheiro. Judas procurava uma oportunidade de entregar Jesus. Ao celebrar com os seus discípulos, Jesus diz: um de vós, que está comigo à mesa, há de entregar-me. Irmãos e irmãs, aqui começa a verdadeira Via Crúcis de Jesus e de todos aqueles que não tem como se defender e caem nas mãos da justiça dos grupos que detêm o poder. O julgamento, na maioria das vezes, não é para que seja feita a justiça, mas é organizado, para que seja feita a vontade do grupo que domina. O que querem determinar no julgamento, é o modelo de religião que represente os poderes. Não se pode dar vida ao povo, não se pode dar justiça a pagãos, não se pode livrar a população das garras da miséria. O que está em julgamento, é o controle da espiritualidade, pois muitos precisam de um Deus que sirva para justificar e abençoar o seu poder. Precisam de um Deus, que garanta a forma de domínio e de exploração. Uma religião serva do poder e que ajuda na dominação e na exploração, precisa ser destruída. Aqui, merece um paralelo: Quando Davi entrou em procissão, na cidade de Jerusalém, após vencer os filisteus, foi aclamado  pelo povo entre cantos, trombetas e ramos de oliveiras, como o Rei vitorioso. Mas quando Jesus  entrou em Jerusalém com uma multidão de gente de todas as regiões, uma multidão considerada pecadora e pagã, uma multidão de cegos, doentes, endemoniados, uma multidão que não tinha vez e nem voz, foi aclamado pelo povo que cantavam; hosana o filho de Davi, forravam com tapetes, erguiam palmas. Montado em um jumento, simbolizando um poder que caminhava com o povo, simbolizando um poder que é serviço, um poder comprometido com a vida as dificuldades do povo. Simbolizando um poder que serve na humildade, um poder que se faz presente na vida e nas necessidades do povo. Com certeza, o Rei Herodes, tremia em suas bases, pois não tinha popularidade, não tinha este amor pela causa do povo simples. Herodes, era um rei que governava para a elite de seu tempo, governava para agradar o império, governava  com banquetes de bebedeira e orgias. Os Sumos Sacerdotes, ardiam de ciúme e de ódio, pois a multidão estava sendo abraçada por um pregador que eles não reeconheciam. Pode vir algo de bom de Belém, pode vir algo de bom de Nazaré, pode vir algo de bom da Galiléia das nações. A religião dos Sumos Sacerdotes, viam inimigos da religião em tudo e em todos, e por isso, mantinham uma religião de domínio, uma religião de controle do puro e do impuro, uma religião que mantinha o povo distante da vida de fé e do altar. É dentro de todo este contexto, que Jesus vai ser julgado e condenado. Vai servir de acusação os vendilhões expulsos do templo, também aqueles que tinham feito da religião, um instrumento de lucro, de poder e de domínio sobre a população. Também, os sumos sacerdotes e os que eram servos do poder romano e judaíco, servirão de acusação. Pilatos, não via crime, mas como era servo e tinha medo de perder tudo, prefere lavar as mãos como que querendo se inocentar. Jesus é condenado por dar vida, aos que não tinham mais vida, pois suas vidas era negada pela política e pela religião. Jesus é condenado por libertar as pessoas do poder do mal e isto fez os demônios que dominavam a sociedade se unirem. Jesus é condenado por colocar no meio do povo a humanidade de Deus. Não se pode tornar Deus tão humano. É preciso que Deus, continue inacessível. O Deus que caminhou no Jardim do Edem, o Deus que vai com seu povo pelo deserto, o Deus que liberta o povo do cativeiro na Babilônia, não pode mais caminhar com seu povo. Que tem o controle de Deus, são os Escribas, os Fariseus e pricipalmente os Sumos Sacerdotes e nisto não se pode mexer. Ninguém pode querer a mudança na aliança político-religiosa, pois se colocará contra o poder do Imperador Romano, contra o poder do Rei da Judéia e contra o poder religioso. Diante de toda a barbárie cometida,  o centurião romano revela: “na verdade, este homem era Filho de Deus” (Mc 15,39). Nossa missão é a mesma de Jesus, ou seja, revelar o amor, a misericórdia, o direito e a justiça. Nossa missão é de ir em busca das ovelhas que foram jogadas nas periferias da vida, de ir em busca de todos aqueles que foram afastados do Banquete do Pai. Somos chamados a contemplar a cruz da manifestação do amor e da entrega de Jesus. Somos chamados a assumir a missão que Jesus assumiu e solidarizar-se com aqueles que são crucificados neste mundo.

 Gaspar Moreira 24.03.2024

 

 

 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

LITURGIA DA IGREJA: SEQUÊNCIA de PENTECOSTES

  Re tirado da liturgia da igreja SEQUÊNCIA DO PENTECOSTES Vinde, ó santo Espírito, vinde, Amor ardente, acendei na terra vossa luz ful...